segunda-feira, 25 de novembro de 2019

GRUPO 3 - INFLUÊNCIA MIDIÁTICA A PARTIR DAS VOZES DA GLOBALIZAÇÃO


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Por: Luis Henrique Batista Carvalho



Na madrugada de 23 de dezembro de 1964, o trem cargueiro C-48, procedente de Botucatu, colidiu contra a cauda do BG-2, lançando ao alto: vagões, fardos e tábuas de madeira, derrubando parte da cobertura metálica e transformando parte da esplanada da estação em uma montanha de ferragens retorcidas.

 


As vidas de Maristela Ferreira Amaro, hoje com 53 anos, e Gláucia Ferreira Vendramini, hoje com 71, foram interligadas pelo pior acidente ferroviário em perímetro urbano de Sorocaba quando suas respectivas famílias aguardavam um trem de passageiros da Estrada de Ferro Sorocabana com destino a Bauru.


Maristela, então um bebê de sete meses, estava nos braços da mãe, e Gláucia, na época com 18 anos de idade, estava ao lado do pai, quando o cargueiro, em velocidade, chegou pela via errada. "Mal chegamos e o chefe da estação (Romeu de Mello, o Passarinho, que morreu no acidente) começou a gritar. O outro trem veio rapidamente, acionando os freios, soltando fogo das rodas, mas não parou a tempo", recorda-se Gláucia, que ainda vive em Sorocaba, no Jardim Emília.
Ocorrido o choque, em meio a gritos e a muita correria, e no escuro, Gláucia conseguiu socorrer o pai, preso a escombros e tábuas. A seu lado estava Luiza Herculiani Ferreira, a mãe de Maristela. Com os tornozelos quebrados. Sem pensar duas vezes, Luiza passou a criança aos braços de Gláucia para que procurasse socorro. A solidariedade falou alto naquele momento. “Numa hora dessas a gente não pensa em muita coisa”. Meu pai fez cirurgia naquela noite mesmo e a Maristela ficou comigo, até a chegada de parentes, no dia seguinte.
O acontecimento virou até inspiração para uma música, escrita pelo primo de Maristela, Gerson Amaro: "O Anjo da Sorocabana”

Sou um contador de causo
Sou contador de historias
Hoje conto num poema
Mais um causo de vitória
Quem aqui que acredita
Em anjos de lá do céu
Meu amigo acredito
Até tiro o meu chapéu
Mas também aqui na terra
Tem muitos anjos também
Quase dia de Natal
Data tão especial
Jesus nasce em Belém
Assim nasce um milagre
Assim nasce esta moda
Os meus versos são ligeiro
Feito trem ninguém me poda
Jovem mãe e jovem papai
Aguardava na estação
A chegada da família
Pra mais uma reunião
Essa gente não contava
Com o destino traiçoeiro
A lembrança é amarga
Pois batia um trem de carga


              Baseando-se em Fairclough (2006), Joana da Silva Ormundo evidencia em sua tese “Vozes da Globalização“ a influência da mídia no processo de transmissão de informações e o poder que esta tem sobre todas as outras vozes – pessoas comuns, análise acadêmica, organizações não-governamentais e agências governamentais – no tocante ao fenômeno de mundialização.

A mídia passa a exercer a função de transmissão, a realidade é reproduzida pela mídia e informada de forma representativa nos canais midiáticos. A semiótica, através das linguagens não verbais, faz com que a notícia apresentada por essas mídias, aproximem-se cada vez mais do fato real.


No conteúdo midiático apresentado sobre o mais grave acidente ocorrido na história da ferrovia sorocabana, concluísse que, para analisar minuciosamente a reportagem do acidente e realizar a tentativa de trazer o conteúdo novamente para a mídia, foi necessária a apresentação de uma linguagem menos jornalística e um assunto que abordasse um tema diferente, em que pudesse ser correlacionado as notícias, e ainda ter uma mudança no viés da cobertura midiática para cada tema, de acordo com o jornal.    

A cidade registrou diversos acidentes ferroviários nos anos 1960:

- Em 30 de maio de 1964, o trem de passageiros N-3 descarrilou em alta velocidade entre Inhaíba e Brigadeiro Tobias. Seis carros saltaram dos trilhos e dez pessoas morreram.

- Em 13 de novembro de 1965, dois trens voltaram a se chocar na estação de Sorocaba, quando o trem P-1, parado na plataforma para embarque, foi abalroado por outra composição de passageiros, o P-2 - que vinha de Itararé e foi desviado para a via errada pelo controle de sinalização. Mais duas pessoas vieram a falecer.

           - Em 9 de setembro de 1968, sem vítimas, o trem japonês SP-6 foi colhido pelo cargueiro C-56 em Inhaíba, que varou um sinal vermelho.


FONTES:

TV CRUZEIRO DO SUL. Disponível em:
 https://www.youtube.com/watch?v=6MF84vkWT-4

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