terça-feira, 26 de novembro de 2019

GRUPO 6 - ANALISE DA BASÍLICA DE NOSSA SENHORA DA APARECIDA POR MEIO DO SISTEMA DE SIGNIFICADOS INTERATIVOS KRESS & VAN LEEUWEN.



O sistema de perspectiva – a escolha do ângulo ou “ponto de vista” por parte do produtor da imagem – pode performar atitudes a grosso modo subjetivas no que se refere à apresentação dos participantes representados.
As imagens objetivas apresentam a imagem da forma como ela é, retratada a partir de ângulos de visão privilegiados, que neutralizam a perspectiva, as distorções de sua exploração e da atitude subjetiva pela qual é construída.
Em termos de ângulo horizontal, as imagens subjetivas podem determinar relações de envolvimento ou de distanciamento com o espectador. No primeiro caso, configura-se o ângulo frontal, porque o plano pelo qual a imagem representada é o mesmo do plano do fotógrafo. Em caso de ângulo oblíquo, os planos da imagem e do fotógrafo não coincidem entre si.
Os ângulos escolhidos podem e expressam asrelações de poder entre os participantes representados e o espectador por meio de angulações verticais. No ângulo elevado, o participante representado parece pequeno e insignificante diante do espectador, atribuindo poder ao espectador. Quando o participante representado encontra-se no nível do olhar do espectador, não há diferenças de poder entre ambos. 
Se o ângulo for baixo, o participante representado aparece como detentor do poder, numa posição de superioridade diante do espectador. 
Com base na categoria analítica proposta por Kress & van Leeuwen, em que se refere a subdivisão “Atitude” previamente exposta nesse capítulo analisaremos a imagem 01 proposta neste trabalho;
A imagem da basílica de Nossa Senhora Aparecida escolhida como campo de observação, no que tange como subjetiva, dá margem a interpretação como um templo imponente opulento e como imagem objetiva representa uma igreja.
Quanto a posição angular, a imagem enquadra-se em um plano ao nível do olhar do espectador que, parece uma tentativa de amenizar a opulência do templo em relação ao seus súditos.

GRUPO 6 - ANALISE DA BASÍLICA DE NOSSA SENHORA DA APARECIDA POR MEIO DO SISTEMA DE SIGNIFICADOS INTERATIVOS KRESS & VAN LEEUWEN.

Distancia Social -


           Segundo Kress; van Leeuwen (2006), a distância social é a segunda dimensão para se compreender os sentidos interativos. Podemos percebê-la pela escolha que se pode fazer entre o plano fechado (close-up), plano médio (médium shot) e plano aberto (long shot).
           De acordo com alguns  autores, em interações diárias, nós determinamos a distância (literal e figurativamente) das relações sociais que mantemos com o outro e a duração dessas relações está vinculada ao contexto, por exemplo, se mantivermos uma interação com um par, logo essa relação será mais próxima, caso de estudantes conversando entre si, por exemplo. Ao contrário, se a interação que mantemos é com o diretor da escola essa relação, por questões hierárquicas, ou por rispidez do diretor, será menos íntima. Para determinar o grau de envolvimento na relação que a imagem estabelece, devemos considerar o contexto.
         Plano fechado: Quando temos uma imagem de plano fechado a intenção do locutor é criar uma relação de aproximação e intimidade com o espectador, passando credibilidade e criando confiança. 
          Plano Médio: Quando temos uma imagem de plano médio ela não cria uma relação de aproximação nem máxima nem mínima, ela é intermediária, a imagem é conhecida ou reconhecida pelo espectador porém não intimamente.
         Plano Aberto: Quando a imagem é retratada em plano aberto, é conferida a ela um caráter impessoal, distanciando ao máximo os participantes da composição, isto é, ocorre uma relação de desconhecimento ou poder .
          A imagem da basílica de Nossa Senhora Aparecida que está sendo o objeto de nosso estudo está inserida no plano médio pois a partir da imagem os espectadores podem reconhecer a imagem e saber do que se trata, porém não intimamente, principalmente para pessoas que nunca tiveram acesso pessoalmente.

GRUPO 6 - ANALISE DA BASÍLICA DE NOSSA SENHORA DA APARECIDA POR MEIO DO SISTEMA DE SIGNIFICADOS INTERATIVOS KRESS & VAN LEEUWEN.

Contato

contato é então estabelecido, mesmo que apenas em um nível imaginário. O contato pode ser engendrado por demanda, em que o olhar dos participantes requer algo do espectador, bem como a expressão facial e os gestos; ou por oferta, na qual o participante representado é apenas um objeto decontemplação para o espectador, sendo este o sujeito do olhar.
Analisando a imagem escolhida “ Basílica de Nossa Senhora Aparecida”, concluímos que em termos de Contato não se estabelece uma “demanda”. Porém, a imagem representa uma “oferta”, na qual a igreja é o alvo da contemplação para o espectador.

GRUPO 6 - ANALISE DA BASÍLICA DE NOSSA SENHORA DA APARECIDA POR MEIO DO SISTEMA DE SIGNIFICADOS INTERATIVOS KRESS & VAN LEEUWEN.


Contexto histórico


 
Basílica de Nossa Senhora Aparecida”.

             A Catedral Basílica Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, também conhecida como Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, é um templo religioso católico localizado no município brasileiro de Aparecida, no interior do estado de São Paulo.
              É o maior templo católico do Brasil e o segundo maior do mundo, menor apenas que a Basílica de São Pedro, no Vaticano.
              É a maior catedral do mundo, visto que a Basílica Vaticana não é uma catedral. Também é o maior espaço religioso do país, com mais de 143 mil m² de área construída ao longo de todo o Santuário.
             Localiza-se no centro da cidade, tendo como acesso a "Passarela da Fé", que liga a basílica atual com a antiga, ambas visitadas pelos romeiros.
Já recebeu a visita de três papas: João Paulo II, Bento XVI e Francisco.
             O santuário é visitado anualmente por aproximadamente 12 milhões de romeiros de todas as partes do Brasil.
             Em 2017, o santuário registrou 13 milhões de visitantes, o maior de sua história.



O Projeto

          A Basílica Nova é a terceira igreja que foi construída para abrigar a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. A primeira foi iniciada em 1741 e inaugurada a 26 de julho de 1745, a segunda foi iniciada em 1844 e inaugurada em 24 de junho de 1888.
           O Santuário Nacional de Nossa Senhora é dirigido e administrado pelos Missionários Redentoristas da Congregação do Santíssimo Redentor, desde 1894.
            Em meados da década de 1940, os missionários da Congregação do Santíssimo Redentor, conhecidos por redentoristas, perceberam a necessidade de se erigir um novo templo para devoção do povo para com Nossa Senhora da Conceição Aparecida: era preciso um espaço mais amplo, que comportasse mais pessoas.
          Dessa necessidade, surgiu a ideia de se construir não uma qualquer igreja maior, mas uma basílica.
         Benedito Calixto Neto foi o arquiteto contratado para a elaboração do projeto, que foi pedido em forma de cruz grega.
          Em 1945, o então cardeal de São Paulo, Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta levou ao Vaticano o projeto da, então, futura basílica, que foi julgado como brilhante pela comissão examinadora.

GRUPO 5 - Jardim Iguatemi, Sorocaba e a análise do discurso

CONCLUSÃO

Concluímos através desta análise que há uma particularidade única em cada modo de discurso e que altera-lo pode gerar falta ou perda de elementos importantes que o constituem. Sendo assim houveram perdas ao transcrever o discurso aqui tratado, o mesmo não deixou de ter sentido, coesão e coerência, mas passou a seguir outra modalidade diferente de sua origem.



BIBLIOGRAFIA
VIEIRA, Josenia. Introdução à multimodalidade: Contribuições da Gramática Semântico-Funcional, Análise de Discurso Crítica, Semiótica Social

GRUPO 5 - Jardim Iguatemi, Sorocaba e a análise do discurso


ENTREVISTA
Moro nesta casa há 20 anos, mas no bairro à 43. Morei em duas ruas do bairro. A Fernandópolis e a Ibiúna. Há 40 anos atrás eram somente 52 casas. Não tinha o –bairro- Morumbi. Era só bloco de casas do governo. A rua principal do bairro era de Terra ainda.
Nasci próximo ao Paraná, vim para cá com 12 anos e hoje estou com 72. Conheço bastante gente daqui, mas muitos já morreram. Vi Sorocaba crescer... a zona norte não existia, tínhamos um sitio lá. Da minha casa até a escola que estudei eram 16km, tinha 9 casas nesse espaço. Não existia avenida Ipanema nesta época. Nós vínhamos do sitio e trazíamos o sapato na sacola, pois era muito barro.
Sorocaba cresceu muito nestes 60 anos. Aqui no bairro não tinha quase nada, tinha Olaria que era dos meus sogros. O primeiro condomínio de Sorocaba foi o IBTI, mas como tinha um lixão próximo não era valorizado. Na época que eu cheguei aqui haviam apenas 360mil habitantes, hoje já são mais de 700mil.
Fonte de empregos era a Estamparia, um dos bairros mais famosos foi construído para funcionários da Estamparia, mas ela acabava dando empregos para a cidade toda.
Sorocaba cresceu muito principalmente para o lado da zona Norte, você podia andar duas horas na rua sem encontrar ninguém. Também havia o trem Sorocabana, apelidado de trem Japonês, por ser mais rápido que os outros meios de transportes.
Era uma cidade operária, de poder aquisitivo até baixo, dava para se contar os milionários que viviam aqui. Na Avenida Afonso Vergueiro moravam só médicos de renome. Não haviam faculdades, sem ser a FADI, e depois de um bom tempo inaugurou a FACENS aqui no bairro. Meus filhos tiveram que sair da cidade para fazer faculdade. Na região da faculdade UNIP não tinha nada, só uns “barracões”.
Eram quase duas horas de ônibus de Sorocaba até Porto Feliz. Nós pegávamos um ônibus chamado Jardineira, que andava devagar pelos buracos na rodovia.
O bairro Iguatemi onde vivo deve ter agora cerca de 40 anos, mas no começo não era tão valorizado quanto um bairro tradicional. Os Pereiras da Silva carregavam a cidade nas costas, era uma das famílias tradicionais. Onde eram as estamparias hoje se tornaram um shopping e uma escola. O estádio da cidade também não existia, era um lugar onde acontecia a Festa de São João. Hoje Sorocaba é uma cidade dos condomínios, o crescimento foi absurdo, tem cidade que estaciona, mas aqui não.

GRUPO 5 - Jardim Iguatemi, Sorocaba e a análise do discurso


DESENVOLVIMENTO
A teoria de recontextualização defendida por Fairclough torna-se semelhante aos aspectos da teoria de Poster das reconfigurações. Podemos analisar de acordo com os estudos das teorias em questão e o tipo de adaptação do discurso utilizado nesse trabalho que ao passarmos o discurso falado ao discurso escrito, tendo em vista que não se torna possível passar todos os traços do discurso, como a entonação da voz em determinados momentos afim de enfatizar algo com certeza maior, ou modais que expressam a fala de uma pessoa que viveu e pertenceu a outras épocas diferentes da atual que vivenciamos. Também o fato de que o discurso falado é único e desperta certa emoção a aquele que atinge, traz também maiores elementos para que seja possível a criação do cenário ali descrito mentalmente.
Sendo assim o discurso passa a ser mais complexo, pois na forma escrita torna-se mais formal, sendo usadas palavras dentro da norma padrão culta e perdendo assim os traços culturais, os aspectos temporais e transformando um discurso com traços de fala de outra época em um discurso atual.
Em relação às imagens a recontextualização pode ser indicada se compararmos por exemplo duas imagens do mesmo lugar, uma atual e uma mais antiga, será possível analisar que os elementos serão diferentes, assim como a qualidade e o tipo de imagem, trazendo um novo sentido a ela e um novo significado.

Até alguns anos atrás, os teóricos da comunicação definiam como mídia de massa apenas a imprensa, o cinema, o rádio e a televisão. No início da década de 90, os sistemas eletrônicos interativos baseados em computação e telefonia eram definidos como mídias emergentes, mas, atualmente, a internet já é tratada como uma nova mídia de massa. A rede de computadores que forma a internet saiu das redes de pesquisas de universidades e outras instituições para se tornar um sistema de comunicação que abrange expressivas parcelas da população em grande parte do mundo, o que a transformou em parte da cultura de massa.


Poster (2000) defende que os sistemas de comunicação eletrônica sejam tratados como linguagens que determinam a vida social de todos os indivíduos nos eventos sociais, econômico, políticos e culturais. A sua tese geral concentra-se na forma como a informação circula e a ela atribui a responsabilidade pela reconfiguração da linguagem. Atualmente, os sistemas de comunicação eletrônica são considerados linguagem determinantes na vida dos sujeitos e dos grupos sociais e, segundo Poster, os meios e as formas de comunicação determinam as relações de poder e de dominação nas sociedades contemporâneas. (p.15)

Na fala de Dona Miriam, ela tenta fazer algumas associações com o que viu e o que a entrevistadora viu, tentando achar pontos em comum de imagens que ambas possam ter visto para criar uma figura imaginária de um antes e depois sem muitas fotos ou referências que dão a segurança de que o interlocutor entendeu o enunciado e o que ele representa.
Particularmente Fairclough (2003a), para explicar como é construída a representação do significado, emprega a palavra mediação com o propósito de marcar o movimento do significado de uma prática social a outra, assim como de um evento a outro ou de um texto a outro, o que forma um processo discursivo complexo. Esses processos, por sua vez, ocorrem em redes de textos, sujeitas a transformações em seus contextos sociais e culturais, podendo também se tornarem agentes de mudanças nas diferentes redes ou domínios sociais da linguagem. (p.17)


Consideramos também que Fairclough (2006), ao trazer a globalização para o centro da discussão, defende a ideia de que o discurso representa a globalização porquanto contribui com informações para a sua melhor compreensão. (p.22)
Então, com o advento da globalização, cada vez mais se fortalece uma inovadora prática discursiva – a recontextualização do discurso-, denominação atribuída por Fairclough (2006) ao processo discursivo pelo qual textos específicos incorporam outros textos ou agregam seletivamente práticas sociais, discursos, gêneros e estilos que com eles se relacionam por meio da (de) locação e da (re) locação. Com suas pesquisas, Fairclough (2006) concluiu que as mudanças nas práticas discursivas ocorrem principalmente por meio da recontextualização, que se expressa por intermédio de um hibridismo intertextual e interdiscursivo, presente em elementos recontextualizados que estabelecem novas articulações discursivas, às quais adjungem outros elementos de discursos já existentes. Esses, por sua vez, transformam-se em novos modos discursivos, agregados aos novos gêneros e estilos do discurso. (p.23)
A comunicação de massa tradicional pressupõe uma difusão um-para-muitos unidirecional dos órgãos de comunicação para a sociedade, enquanto a convergência dos meios digitais através da internet permite também a comunicação um-para-um, muitos-para-um ou muitos-para-muitos através de e-mail, grupos de discussão em websites e sistemas de chat

Após esse recorte sobre discurso e globalização, retomamos novamente ao ponto de vista de Poster (1996), que defende que a linguagem, para se reconfigurar em quaisquer práticas discursivas, deve refletir as mudanças decorrentes dos usos dos media na comunicação, os quais contribuem para estabelecer, divulgar e reproduzir ideologias, capazes de sustentar ou de manter desigualdades e injustiças sociais, além de revelar as relações de poder presentes no discurso, aspecto também defendido por Fairclough (1989) (p.23)

GRUPO 5 - Jardim Iguatemi, Sorocaba e a análise do discurso


INTRODUÇÃO
Apresentaremos nesse trabalho uma entrevista com a Senhora Miriam de Almeida Hidalgo, está em questão foi gravada em áudio e transcrita para ser inserida no corpo do trabalho. Miriam é residente no mesmo bairro a mais de 60 anos e traz em seu discurso fatos de mudança do bairro e da cidade em si, histórias sobre o progresso e curiosidades sobre os mesmos e apresenta também fotos que serão inseridas para que assim haja maior compreensão e veracidade dos fatos descritos pela mesma. 

Grupo 4- ANÁLISE SEMIÓTICA DO MONUMENTO A BALTAZAR FERNANDES- INTRODUÇÃO

 Por: Wellington Thiago Brisola

   O homem possui diversas maneiras de se expressar e de se comunicar. Ainda que somos constantemente levados a acreditar que só através da fala ou até mesmo da escrita é possível a comunicação, isso não é de fato verdadeiro. Um exemplo disso é a arte em geral que nem sempre utiliza a fala e/ou a escrita, mas, ainda assim, seja através de imagens, formas, cores, sons, etc. há uma linguagem e uma comunicação.
Hoje em dia estamos cercados de códigos, sinais, imagens, logos, luzes, sons, etc. todos esses estímulos são representações que querem nos passar uma mensagem. Nesse sentido propõe os estudos de Kress e van Leeuwen (1996) na área da semiótica social que a linguagem ocorre também através das imagens. Em sua obra “A gramática do design visual”, na obra Reading Images, os autores pretendem mostrar que as estruturas visuais produzem significados assim como as estruturas linguísticas.
  Nessa perspectiva de produção de significados esbarramos no conceito de Multimodalidade que, segundo Jewitt (2011), é quando a representação e a comunicação ocorrem através de múltiplos modos e todos esses modos contribuem igualmente na produção do significado. Ou seja, em uma imagem publicitária, por exemplo, não podemos considerar que só as palavras escritas contidas nela são as únicas responsáveis pela construção do significado, até porque existem imagens publicitárias que nem palavras escritas possuem, mas tudo ali presentes nela como cores, layout, as imagens, etc. contribuem juntamente para criar a mensagem. 
Seguindo os conceitos de Kress e van Leeuwen (1996) e Jewitt (2011) tomaremos como objeto de observação e análise em nosso trabalho um atrativo cultural da cidade de Sorocaba, o monumento a Baltazar Fernandes, fundador da cidade.  Como base da análise teremos os Significados Interativos conceitos de Kress & van Leeuwen (1996) que são Investigações detalhadas para descrever recursos semióticos, funções e sistemas de múltiplos modos. Tais conceitos são:  O contato (contact), que analisa a “linha do olhar” dos participantes. A Distância Social (social distance), que está relacionada com o enquadramento da imagem. A Atitude (attitudes) que se dá através do sistema de perspectiva, que é a seleção de um ângulo ou “ponto de vista” por parte do produtor da imagem.
   Como nosso objeto de análise se trata de um monumento, trabalharemos também a comunicação visual sob a Teoria da Semiótica Social e da Gramática Visuais aplicada à tridimensionalidade segundo Van Leeuwen (2005).

FONTES:

Jewitt, Carey. The routledge handbook of multimodal analysis. London:
Routledge, 2009.

KRESS, Gunther. VAN LEEUWEN, Theo. Reading Images: the grammar of visual design. London & New York: Routledge, 1996.

KRESS, G.; van LEEUWEN, T. Reading Images: the grammar of visual design. 2. ed. London/New York: Routledge, 2006.

VAN LEEUWEN, T. Introducing Social Semiotics London/New York: Routledge, 2005.


segunda-feira, 25 de novembro de 2019

GRUPO 3 - INFLUÊNCIA MIDIÁTICA A PARTIR DAS VOZES DA GLOBALIZAÇÃO


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Por: Luis Henrique Batista Carvalho



Na madrugada de 23 de dezembro de 1964, o trem cargueiro C-48, procedente de Botucatu, colidiu contra a cauda do BG-2, lançando ao alto: vagões, fardos e tábuas de madeira, derrubando parte da cobertura metálica e transformando parte da esplanada da estação em uma montanha de ferragens retorcidas.

 


As vidas de Maristela Ferreira Amaro, hoje com 53 anos, e Gláucia Ferreira Vendramini, hoje com 71, foram interligadas pelo pior acidente ferroviário em perímetro urbano de Sorocaba quando suas respectivas famílias aguardavam um trem de passageiros da Estrada de Ferro Sorocabana com destino a Bauru.


Maristela, então um bebê de sete meses, estava nos braços da mãe, e Gláucia, na época com 18 anos de idade, estava ao lado do pai, quando o cargueiro, em velocidade, chegou pela via errada. "Mal chegamos e o chefe da estação (Romeu de Mello, o Passarinho, que morreu no acidente) começou a gritar. O outro trem veio rapidamente, acionando os freios, soltando fogo das rodas, mas não parou a tempo", recorda-se Gláucia, que ainda vive em Sorocaba, no Jardim Emília.
Ocorrido o choque, em meio a gritos e a muita correria, e no escuro, Gláucia conseguiu socorrer o pai, preso a escombros e tábuas. A seu lado estava Luiza Herculiani Ferreira, a mãe de Maristela. Com os tornozelos quebrados. Sem pensar duas vezes, Luiza passou a criança aos braços de Gláucia para que procurasse socorro. A solidariedade falou alto naquele momento. “Numa hora dessas a gente não pensa em muita coisa”. Meu pai fez cirurgia naquela noite mesmo e a Maristela ficou comigo, até a chegada de parentes, no dia seguinte.
O acontecimento virou até inspiração para uma música, escrita pelo primo de Maristela, Gerson Amaro: "O Anjo da Sorocabana”

Sou um contador de causo
Sou contador de historias
Hoje conto num poema
Mais um causo de vitória
Quem aqui que acredita
Em anjos de lá do céu
Meu amigo acredito
Até tiro o meu chapéu
Mas também aqui na terra
Tem muitos anjos também
Quase dia de Natal
Data tão especial
Jesus nasce em Belém
Assim nasce um milagre
Assim nasce esta moda
Os meus versos são ligeiro
Feito trem ninguém me poda
Jovem mãe e jovem papai
Aguardava na estação
A chegada da família
Pra mais uma reunião
Essa gente não contava
Com o destino traiçoeiro
A lembrança é amarga
Pois batia um trem de carga


              Baseando-se em Fairclough (2006), Joana da Silva Ormundo evidencia em sua tese “Vozes da Globalização“ a influência da mídia no processo de transmissão de informações e o poder que esta tem sobre todas as outras vozes – pessoas comuns, análise acadêmica, organizações não-governamentais e agências governamentais – no tocante ao fenômeno de mundialização.

A mídia passa a exercer a função de transmissão, a realidade é reproduzida pela mídia e informada de forma representativa nos canais midiáticos. A semiótica, através das linguagens não verbais, faz com que a notícia apresentada por essas mídias, aproximem-se cada vez mais do fato real.


No conteúdo midiático apresentado sobre o mais grave acidente ocorrido na história da ferrovia sorocabana, concluísse que, para analisar minuciosamente a reportagem do acidente e realizar a tentativa de trazer o conteúdo novamente para a mídia, foi necessária a apresentação de uma linguagem menos jornalística e um assunto que abordasse um tema diferente, em que pudesse ser correlacionado as notícias, e ainda ter uma mudança no viés da cobertura midiática para cada tema, de acordo com o jornal.    

A cidade registrou diversos acidentes ferroviários nos anos 1960:

- Em 30 de maio de 1964, o trem de passageiros N-3 descarrilou em alta velocidade entre Inhaíba e Brigadeiro Tobias. Seis carros saltaram dos trilhos e dez pessoas morreram.

- Em 13 de novembro de 1965, dois trens voltaram a se chocar na estação de Sorocaba, quando o trem P-1, parado na plataforma para embarque, foi abalroado por outra composição de passageiros, o P-2 - que vinha de Itararé e foi desviado para a via errada pelo controle de sinalização. Mais duas pessoas vieram a falecer.

           - Em 9 de setembro de 1968, sem vítimas, o trem japonês SP-6 foi colhido pelo cargueiro C-56 em Inhaíba, que varou um sinal vermelho.


FONTES:

TV CRUZEIRO DO SUL. Disponível em:
 https://www.youtube.com/watch?v=6MF84vkWT-4

GRUPO 3 - DEPOIMENTO. A ESTRADA DE FERRO SOROCABANA A PARTIR DAS VOZES DA GLOBALIZAÇÃO

Por: Naara Letícia de Souza. 

Fairclough (2006) afirma que as pessoas têm suas próprias experiências da globalização em sua vida e reagem a isso de modo muito particular e diverso. Ao se comunicarem com pessoas distantes, usam mídias particulares que possuem códigos próprios, os quais afetam o caráter da comunicação de maneira particular. Assim, a linguagem não se apresenta apenas de modo escrito, pois é multimodal. A reconfiguração da linguagem, torna determinados elementos no sentido mais próxima do real.

Através de áudio, recebi um relato do meu pai, Benedito Ferraz de Oliveira, sobre a sua vivência com a Estrada de Ferro Sorocabana onde meu avô, Octávio Ferraz de Oliveira, trabalhava.

Relato:Quando eu era criança, entre os 8 e os 11 anos, meu pai era feitor na Estrada de Ferro Sorocabana, mas entrou trabalhando com o serviço mais básico e depois foi subindo dentro da meritocracia. O cargo mais alto no ramo, seria mestre de linha categoria 1. Pela hierarquia, após atingir o cargo de feitor, o próximo passo era mestre em categoria 2 e depois chegaria a mestre de linha categoria 1.

Com seus quarenta e poucos anos, me lembro que ele sempre teve um cuidado muito grande. Se jactava de que no trecho de sua responsabilidade nunca houvera acidente por negligência da equipe de trabalho com a qual chefiava. A equipe continha meu pai ou o encarregado de linha e mais cinco trabalhadores cuidando de 20km/25km de trecho de linha, incluindo uma estação. Eram conhecidos como a turma 43 e o interessante é que o cunhado dele era o chefe da turma 44, linha vizinha. Cerca de 15 km da estação do Rio Verde, onde morávamos (Itararé, SP).

Durante o período de aulas ficávamos na cidade e nas férias íamos todos para lá. Quando tinha feriado prolongado, às vezes eu e o meu irmão mais velho, João,ficávamos junto com o pai. O meu trabalho era fazer o almoço dele e ir levar onde estivesse trabalhando. Me dizia a direção e a distância para eu saber que horas devia sair. Com essa pouca idade, eu já fazia a comida do meu pai e ainda ia levar sozinho.

Esperto que era, aproveitava para ganhar uns troquinhos. Para que os outros trabalhadores não levassem comida fria de manhã, suas mulheres me pagavam um dinheirinho e eu levava a comida de todo mundo. Pegava um cabo de vassoura, botava assim nas costas, um prego nas duas pontas para prender os caldeirõezinhos e saia com eles pendurados no ombro, igual aqueles japonesinhos daqueles filmes antigos.

Um fato curioso e que me traz uma reflexão muito grande é que o meu pai foi um grande herói para mim e para toda a família, pois o vimos arriscar a vida dele para salvar a vida de uma pessoa. Essa pessoa, chamávamos de Dito Soldado e era o guardador de chave. 

Guarda chave na EFS era um cargo de quem trabalhava na estação.Quando os trens vinham em sentido contrário e iam cruzar com outro trem, um deles tinha que ficar no pátio da estação esperando o outro passar, pois a linha era única. A prioridade era o trem de passageiros que precisava ter liberdade direta, assim, os trens de carga aguardavam. Através de um sistema de telegrafia, se comunicavam entre estações para saber o tempo que o outro trem demoraria para chegar.

A responsabilidade era, através de um sistema mecânico, mudar o sentido da linha.A capacidade de espera era de até 3 trens. Em frente da nossa casa, ficava uma dessas Chaves. Ele puxava para um lado e os trilhos, que possuíam duas agulhas,saiam de um lado e encaixavam em outro trilho. O trem entrava por ali indo até o desvio para que o outro trem pudesse passar normal. Então, caso aquela chave não fosse alterada, o trem passaria direto e ia bater no outro que estava a caminho.

Na linha que passava pela nossa casa, tinha uma descida grande que escondia o trem, um corte nas pedras. Um dia, meu pai estava de folga no portão conversando com o Dito Soldado e um trem de passageiro estava prestes a chegar em cerca de 10 minutos, assim como um trem de carga, que tinha que entrar no pátio.O outro trem ia entrar no corte, não o veríamos por uns 2 minutos e quando reaparecesse, já estaria na frente de casa.

Observando que o maquinista do piloto estava buzinando um código que ele conhecia seguido daquela buzinada longa, o ouvimos dizer: “Saia da chave que esse trem tá desembestado, tá sem freio e não vai passar aqui”. O Dito Soldado respondeu: “Não! Eu não posso deixar ele passar, porque se ele passar vai bater no outro trem. Eu tenho que ficar aqui segurando. ”. Meu pai insistiu, insistiu e insistiu com ele até sair do portão onde estava para falar: “Vamos sair. Daqui a pouquinho o trem vai aparecer ali. Mesmo que você mude a chave, com essa velocidade que ele, não vai conseguir entrar no desvio e você vai morrer! Vai cair tudo em cima de você!”. O Dito Soldado insistiu que tinha que ficar, porque era a função dele.

            Assim, meu pai, guiado por Deus, sabendo que ele não ia conseguir fazer aquilo, atravessou a linha, o agarrou pela cintura e saiu correndo com ele pra um barranco de uns 4 metros. Neste momento, nós vimos o trem saindo já há uns 300 metros daquele corte com mais ou menos 10 vagões carregado de madeira, sacos de mantimento, de feijão e essas coisas. Foi uma questão de segundos e o trem descarrilhou por onde os dois passaram. A máquina passou, mas os vagões não. A queda fez uma montanha de umas duas casas de altura. Um vagão ficou empinado na traseira do outro.

Começamos a gritar e chorar: "meu pai morreu, meu pai morreu, meu pai morreu!". Cerca de 10 minutos, vimos os dois passando por cima das madeiras e agradecemos a Deus por isso. Segundo seu Octávio, a velocidade realmente não deixaria o trem entrar no desvio. Ele, percebendo que o guarda chave não ia sair e acabaria morrendo, o agarrou e correu. Quando o trem descarrilhou, disse que ficaram deitados no barranco e viram as toras passarem por cima deles. Se não fosse isso, mesmo saindo da chave, ambos teriam sido soterrados pelos destroços.

18 canhões modernos Krupp para a época, no pátio da Estação de Sengés a espera de ordem para bombardear Itararé.

Itararé 1930/ Vila Sorocabana - EFS 1930 


FONTES: 

Fotos e relato de acervo pessoal. 









GRUPO 3 - HISTORICIDADE X ATUALIDADE. A ESTRADA FERRO SOROCABANA A PARTIR DAS VOZES DA GLOBALIZAÇÃO.




Por: Amanda Fidalgo dos Santos.


A estrada de ferro sorocabana é um patrimônio histórico não somente da cidade de Sorocaba, mas sim de toda a região do interior de São Paulo. Construída no dia 10 de Julho de 1875, seu principal objetivo era fazer uma ponte de transporte de algodão e café. Hoje, completando 144 anos, é um dos muitos patrimônios históricos que nos auxiliam a entender toda uma geração passada. 

Uma nova contextualização do espaço físico de um lugar também é capaz de alterar a simbologia por trás de seu uso primordial. Um exemplo disso são os diversos casarões com características coloniais que encontramos pelas ruas de São Paulo, que hoje servem com prédios de serviços sociais - bibliotecas, prefeituras, espaços de inclusão social - mas que, seus fins, quando na criação, serviam para outros propósitos. 

Estação da EFS em Sorocaba, registro de 1949.


O prédio onde se encontra o museu da Estrada de Ferro Sorocabana foi, em 1910, a moradia dos engenheiros responsáveis pela construção da ferrovia. Não somente isso, mas todo o complexo que interligam os trilhos, tiveram uma ocupação que hoje não se encontra mais em funcionamento: Almoxarifado, recepção, estoque, guaritas, dentre outros serviços que eram essenciais para seu funcionamento.

Com o olhar da semiótica, percebemos que tudo aquilo que possui um significado atual, outrora foi visto de uma maneira completamente única baseada nos valores sociais e políticos da época. Não tão somente midiático, ou inteiramente político e lucrativo, mas também pessoal. As pessoas as quais estavam envolvidas na sua construção, os moradores que residiam nas proximidades, funcionários que dependiam da renda vinda dos trilhos do trem. Tudo isso hoje não pode ser entendido, apenas documentado. 


Prédio restaurado da EFS, registro de 2015.

Nós, da geração atual, vemos apenas sua significação histórica e sua importância na cultura e sociedade. Mas sua construção não foi feita pensando na repercussão futura e tão pouco visando criar um museu para futuras gerações. O complexo todo, e cada parte dele, possui histórias que o tempo consegue apagar, pois documentos oficiais não transmitem sentimentos e nem simbologias passadas.

"O descolamento das relações sociais de contextos locais de interação e sua reestruturação através das extensões indefinidas de espaço-tempo" (Giddens, 1991, p. 29). A citação pode nos dar uma nova visão a respeito do passado e sua estrutura, que com a globalização, sofreu um desencaixe.

Sabendo que uma coisa não pode significar a mesma coisa para duas pessoas distintas, o olhar para o passado não é uma linha reta de concordância social. Cada indivíduo, ao olhar para um determinado ponto, pode ter sua interpretação dos fatos com base na própria vivencia e experiências. Também ocorre o que a semiótica chama de multimodalidade. 

Foto "Aguardando o trem em Sorocaba" - Comendador Gualberto Tenor, sem data


A multimodalidade é todo o modo que uma informação pode ser interpretada, dependendo sempre da subjetividade de sua escrita e do olhar do observador. Portanto, o complexo da Estrada de Ferro Sorocabana, nos dias de hoje, pode representar várias significâncias a quem o admira e estuda. Mas não só isso, pois no momento de sua fundação, também possuía diversas vozes e simbologias para cada um daqueles que participaram ou foram afetados por sua construção.

Estação da EFS abandonada, dias atuais. Registro de 2013 





FONTES: 



Imagem 3 e 4: https://www.estacoesferroviarias.com.br/s/sorocaba.htm
(acesso em 25.11.2019 ás 09:55 a.m) 

E. F. Sorocabana. Disponível em: http://museusferroviarios.net.br/antigas-companhias/e-f-sorocabana/.
Acesso em: 04 de novembro de 2019.

Estações Ferroviárias      do Brasil. Disponível em: https://www.estacoesferroviarias.com.br/s/sorocaba.htm.
 Acesso em: 06 de novembro de 2019.

ROBERTO HOLGADO MUNHOZ, Wilson. Glossário Técnico Ferroviário.
 Disponível em:https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/glossario-tecnico-ferroviario/56006.
Acesso em: 06 de novembro de 2019.

MARIA TOMAZELA, José. Estação ferroviária do século 19 é demolida e saqueada em Sorocaba.
 Site. Disponível em: https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,estacao-ferroviaria-do-seculo-19-e-demolida-e-saqueada-em-sorocaba,70002950412. Acesso em: 03 de novembro de 2019.

A Sorocabana: Ferrovia-Cultura. Marcio Schimming Dias Lopes. Sorocaba: Prefeitura de Sorocaba, 2012. Vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DXpnfxS8yyM